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11 dez O mercado das academias e a importância da representação sindical

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O segmento de academias atende apenas 1,4% da população brasileira, o que mostra um grande potencial de mercado a ser desbravado. Para isso, as academias precisam se profissionalizar ainda mais. Os empresários do setor precisam construir pontes entre si para a cooperação na defesa dos seus interesses corporativos e objetivos comerciais de forma coletiva, para que o poder público reconheça a enorme contribuição que a profissionalização da oferta de prática esportiva gera para a sociedade brasileira, gerando mais qualidade de vida aos praticantes, fortalecendo o mercado de trabalho com empregos de qualidade e com boa remuneração e contribuindo para o aquecimento da economia.

O Estado de São Paulo tem papel estratégico nesse processo, sendo o campeão nacional em número de academias, com 6.349 empreendimentos. Esse simples dado de representatividade já confere ao SEEAATESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Esportes Aquáticos, Aéreos e Terrestres do Estado de São Paulo) uma posição central para liderar processos políticos no Congresso Nacional e junto ao Governo Federal na busca por melhorias efetivas para o setor, como incentivos fiscais e econômicos para impulsionar a atividade, além de lutar pelo reconhecimento e fortalecimento das empresas do ramo. Infelizmente, não é o que ocorre. A baixa participação dos associados e o engessamento político da atual direção fazem o sindicato estar subutilizado e sem grande expressão política, o que fragiliza, e muito, a representação sindical.

Representação e representatividade são elementos diferentes no universo sindical, sendo o primeiro definido na Carta ou no Registro Sindical emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e o segundo, pela proporção entre empresas representadas e quantas destas estão associadas ao sindicato. Pode-se também identificar a fragilidade da estrutura sindical corporativa na intermediação e representação de interesses. Nos últimos anos, há registro de queda do número de associados.

Um fator que dificulta o fortalecimento da representatividade dos sindicatos patronais são a fragmentação e a diversificação de interesses empresariais. A ação estruturada para a diferenciação da representação patronal, de forma focalizada, descentralizada e de prestação de serviços não permite o estabelecimento de programas nacionais ou estaduais abrangentes.

A maioria dos sindicatos patronais apresenta um desempenho aquém do que se poderia esperar de organizações dirigidas por empresários na defesa de seus próprios interesses. Essa situação também não é uma particularidade dos sindicatos vinculados a CNC, pois as demais confederações passam pelos mesmos problemas.

Joana Doin
jdoin@doinadvogados.com.br

Joana Doin é advogada e sócia do escritório Doin Mancuso Advogados.